Se você estivesse em casa você não usaria um canudo, certo? Por que precisa de um quando sai? O canudo, tirando em alguns casos específicos, é apenas mais um capricho gerador de lixo. Não é um produto indispensável. Vamos ver então por que o dispensar.
Em primeiro lugar, porque o canudo é um produto que chamamos de “single use”, isto é, de uso único. Isso quer dizer que você usa uma única vez, mas ele fica para sempre no planeta. A gente diz “para sempre” porque o plástico demora de 200 a 400 anos para se decompor e um canudo de plástico é leve demais para ser reciclado. Aí você pode argumentar que existem canudos biodegradáveis. Vamos lá: na realidade a gente vai aprendendo que tudo que se enquadra na categoria de uso único já deve ser repensado. Se você vai usar uma vez e jogar fora, não dá pra substituir por algo que não seja descartável ou até dispensar? Além do quê, muitos dos materiais que se dizem biodegradáveis possuem microplástico na composição e continuam sendo poluentes.
Outras alternativas como o canudo de papel, por exemplo, são certamente menos ruins do que o de plástico. Ainda assim há de se pensar em toda a cadeia por trás daquele artigo: o uso de recursos naturais para fazê-lo, o transporte e o descarte, que se não for correto, vai para o aterro até se decompor. Vale a pena?
O Rio de Janeiro já proibiu o uso de canudos de plástico, além de cerca de outros 30 municípios brasileiros que já aprovaram projetos de leis que combatem o uso de plásticos de uso único. No mundo, mais de dez países também já aprovaram projetos de leis nesse tema.
A medida deve chegar em São Paulo (está em votação na câmara do vereadores) e, se você é muito fã de canudos, deve ter percebido que existem várias alternativas por aí. As que valem a pena são aquelas que tiram o canudo da categoria de uso único, como os canudos de silicone, vidro, bambu e de aço inox.
A dica é: leve o seu canudo não descartável na bolsa (ou deixe no carro, no escritório, enfim).
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