Eu, Clara, e a Carol estamos fazendo um curso de ginecologia natural com a naturóloga Carol Carvalho. A Carol faz um trabalho muito bonito de aproximar as mulheres dos seus próprios corpos e saberes e à inteligência da natureza. Ela ensina sobre os ciclos, fertilidade, métodos contraceptivos e nos dá ferramentas para que sejamos autônomas da nossa própria sabedoria de mulher. Tudo para que possamos viver melhor e “viver sem pílulas“.
Um ponto muito bacana é que a Carol é também terapeuta Ayurvédica (a medicina tradicional indiana que adoramos e falamos por aqui). A Ayurveda nos ensina a olhar para a saúde muito antes de aparecer uma doença. A saúde está na alimentação, nos hábitos e na forma como enxergamos o mundo.
O curso que estamos fazendo chama “Autonomia em Gine-ecologia” e são 20 aulas, uma por semana, na qual ela destrincha temas como: sexualidade feminina, por que viver sem pílulas, auto-prazer feminino, Ayurveda e nutrição, entre outros. Mais do que aulas, é uma mentoria.
Nós estamos na aula 13 e estamos amando. Logo no primeiro dia aprendemos sobre a origem da palavra “vagina” que, pasmem, foi cunhada por um anatomista alemão do latim “bainha”, sim, bainha de faca. Como se o nosso órgão servisse apenas como uma “bainha” da “faca” alheia. Já começamos por aí, substituindo essa palavra por “yoni” que em sânscrito quer dizer “origem da vida” – muito mais propício.
Vou trazer aqui algumas coisinhas que nós já aprendemos. Claro que vamos dar só um teaser, porque achamos que todas as mulheres que menstruam e que tem essa oportunidade, devem fazer essa mentoria, pois temos aprendido com a Carol mais do que aprendemos a vida toda sobre o corpo feminino. Não nos ensinam nada!
Primeiro de tudo, por que viver sem pílulas?
Você já parou para ler a fundo uma bula de pílula anticoncepcional? A quantidade de efeito colateral, a quantidade de transtornos que as pílulas podem nos trazer? Não é nada animador.
Desde a primeira ida ao ginecologista já nos entregam uma cartela de anticoncepcionais sem nem nos explicar direito como o corpo feminino funciona. Eu, pelo menos, só aprendi de fato agora.
Tomei pílulas dos meus 19 até os 29 anos. Dez anos tomando pílula. Não é tanto assim se for ver meninas e mulheres que passam a vida inteira tomando, mas mesmo assim é um bom tempo sim.
Essas pílulas estabilizam os nossos ciclos e não nos deixam perceber as variações de cada etapa e muitas mudanças que nos ocorrem. Tudo na natureza é cíclico, nosso organismo também é, inclusive o nosso ciclo feminino é muito parecido com o ciclo da lua, a começar pelo tempo, de cerca de 29 dias.
Cada fase do nosso ciclo há algo a nos ensinar. Quando aprendemos melhor sobre nossa sexualidade e fertilidade, podemos utilizar nossa energia fértil não só para criar um bebê, mas também para concretizar projetos, cuidar de áreas da vida que precisam de cuidado ou produzir.
Viver sem pílulas é conhecer o próprio organismo. Claro que falo de quem pode ter essa escolha, pois existem muitas mulheres que não podem fazer essa escolha por conta de condições de saúde ou outras questões, aí, é claro as pílulas são uma ajuda necessária.
“Vocês já pararam pra pensar que a pílula é o único remédio de uso contínuo que uma mulher saudável utiliza sem ter nenhuma doença crônica? Pois é, muito lucrativo para a indústria farmacêutica! Mas podemos ter outras opções.” Essa é uma fala da Carol.
Algumas diquinhas de ginecologia natural:
- Durma sem calcinha – é muito importante deixar a Yoni respirar, para se livrar de possíveis infecções ou da candidíase. Pelo menos na hora de dormir, ficar sem calcinha evita muitos problemas. E a calcinha, prefira sempre de algodão (pelo mesmo motivo: sua vagina respira melhor)
- Troque seu absorvente de plástico por opções mais naturais como a calcinha absorvente ou o absorvente de pano – No Atlas do Plástico há citações de vários estudos que mostram como o contato com o plástico é mais prejudicial para as mulheres, imagine então plástico “lá” todo mês!
- Ciclo das sementes ou seed cycling: trata-se se do consumo de sementes nas fases do ciclo para auxiliar na regulação hormonal. Deve-se ingerir do dia 1 ao 14 do ciclo: 1 colher de sementes de linhaça + 1 colher de sementes de abóbora. Do dia 15 ao 28: 1 colher de sementes de gergelim + 1 colher de sementes de girassol. Geralmente leva de 3 a 4 ciclos (meses) para ver melhora significativa nos sintomas relacionados ao ciclo menstrual.
- Escalda pés para cólicas: eu sempre faço escalda-pés na minha menstruação e acho que alivia sintomas como: dor de cabeça leve, cólica também leve e incômodos uterinos. Trata-se de colocar água quente numa bacia com um chá calmante como melissa ou camomila e relaxar. Pés quentinhos salvam o meu período.
- Repouse no período menstrual – é um período que pede descanso, que pede mais calma e menos atividades. Se você não se sentir energética, respeite o seu corpo e o seu tempo. Repouse.
Outra dica bacana que aprendi no curso, mas muito mais relacionada a saúde do que a algo ginecológico é tomar panacéia. Panacéia é uma receitinha que em sânscrito quer dizer “aquilo que tudo cura”. Serve para aumentar a imunidade e é muito boa para gripes e resfriados.
Panacéia
- um punhado de gengibre ralado
(rale um pouco de gengibre e tire o “suquinho” que sai) - meio limão espremido
- uma pitadinha de açúcar mascavo
- uma pitadinha de sal de boa qualidade
- Misture tudo e tome logo cedo, de estômago vazio
Eu sou viciada nessa recetinha!
Ainda estamos aprendendo muitas receitas e macetes e agora estamos focadas em aprender a identificar nossas fases do ciclo. Estamos aprendendo o método da temperatura basal, que nada mais é do que aferir a temperatura logo que acorda com um termômetro de quatro digitos (é mais preciso) inserido na vagina ou na boca – tem que ser sempre no mesmo local. Aí você consegue perceber as mudanças de temperatura e identificar se está fértil ou não.
Mais para frente traremos mais dicas e aprendizados desse curso tão especial.
Qual testamos?
Ginecologia natural com Carol Carvalho – https://naturezamedicinal.com.br/