Shampoo em barra: faça a transição

Nós conversamos com a maga do shampoo em barra e produtos naturais, Fernanda Pimenta e ela nos deu dicas, nos orientou e nos aconselhou. Aprendemos como aderir, fazer a transição e como ser feliz com menos químicas ruins para a saúde.

A Fernanda Pimenta é farmacêutica e está a frente da marca Fefa Pimenta, que adoramos.

O primeiro cosmético que ela começou a fazer foram os sabonetes. Ela adora lidar com óleos, manteigas e combinações. Hoje faz e vende shampoos, sabões, bálsamos, desodorantes.

O que as marcas tradicionais de farmácia nos escondem?

A Fefa nos contou que fez a troca dela para produtos naturais por conta da saúde. O parceiro dela deve câncer, o que os fez questionar os ingredientes que eles consumiam: os sintéticos, químicas ruins, etc. Por conta dessa doença ela entendeu que o ser humano está excedendo os limites, as quantidades aceitáveis de ingredientes nocivos nos produtos.

A indústria cosmética descobriu o lucro do universo feminino. Foi criando padrões e necessidades que não sabíamos que tínhamos, se é que podemos as chamar de necessidades. Essa indústria controla as nossas escolhas, por meio de padrões estéticos e propaganda. A mulher que reflete e deseja protagonizar as suas escolhas passa a optar pela cosmética natural. Faz escolhas que ressoam com a identidade, com o que acredita.

Durante a adaptação, existe esse processo de entender o próprio cabelo, aceitá-lo. É por meio desse protagonismo que conseguiremos uma desconstrução do que a indústria cosmética nos vem falando há tanto tempo. Está mais do que na hora de entendermos todas as belezas. O cabelo liso é legal assim como o crespo, o ondulado, o volumoso, etc.

Por que optar por produtos naturais?

Segundo a Fefa, o produto convencional da farmácia tem ingredientes muito específicos para determinadas funções, por exemplo o silicone para alisar. Já na cosmética natural, as funções são várias, depende da natureza de cada um. A natureza é quem manda. O óleo de abacate por exemplo tem ácidos graxos que fazem com que ele tenha uma multifuncionalidade – não existe uma única função específica, são várias, depende de cada organismo, cada necessidade. Para alguns cabelos é ótimo, para outros nem tanto. Tem que ir testando e entendendo.

O fato é que a cosmética natural se for usada corretamente não agride, não faz mal à saúde e nos deixa muito mais próximos da nossa identidade real. 

Sobre a transição

A transição, para a Fefa Pimenta, é uma etapa de auto-conhecimento, cada um vive a sua. Você vai descobrir o seu cabelo, sua pele. Tem que ter paciência e persistência, no final você vai saber como você é de verdade!

É preciso entender o seu cabelo: ele passou por muitas químicas, você parou de tomar medicamento (anticoncepcional), como está sua etapa de vida? Está estressado? Tudo isso vai interferir na adaptação de modo geral.

Depois de passar tanto tempo usando ingredientes agressivos, o corpo leva um tempo para entender a mudança.

Vejamos o exemplo do Sulfato (ingrediente sintético): ele limpa tudo! Até tira o sebo natural do cabelo. Quando a gente para de usar, o cabelo precisa de um tempo para entender que não precisa mais repor o sebo capilar, porque sua limpeza não é mais agressiva. Por isso muitas vezes na transição o cabelo parece que fica ensebado. Tem que aguentar firme porque vai passar! Precisamos lembrar como é o nosso cabelo original.

Vai testando o que funciona para você. Vai com calma, com paciência. Tem que ver a necessidade se precisa de condicionador ou não (nós 3 paramos de usar!)

As fases do cabelo

Nosso cabelo tem fases – agora, por exemplo, é uma fase que os cabelos em geral estão mais secos, com mais caspas – o momento atual de pandemia interfere no nosso organismo, na nossa pele, cabelos… Há momentos melhores e piores.

A água interfere muito também. Quando usamos produtos de farmácia mal sentimos a mudança quando viajamos por exemplo, porque silicone é silicone em qualquer lugar. Já o produto natural interage com a água do local, com o ar, com tudo. A natureza está sempre interagindo com os entornos.

Shampoo e sabonete: qual a diferença?

Existem dois tipos de shampoo sólido (ou em barra):

  1. Shampoo saponificado, que foi formulado a partir de um processo de saponificação
  2. Shampoo sólido não saponificado

Saponificado: é uma reação química igual ao do sabonete, em que a grosso modo o alcool, água e óleo, se misturam. Os ácidos graxos desse processo são aproveitados. Esses shampoos podem ser usados no corpo e esses sabonetes no cabelo, ( sempre depende da adaptação de cada um). Há de se testar e de ver a sua necessidade capilar. Só os que contem argila que podem ressecar alguns cabelos.

Não saponificado: é feito de outra maneira, por fases, com um tensoativo da cosmética natural. Não é muito ideal usar como sabonete, porque ele espuma menos. Não dá a sensação de um sabonete.

Sabonete artesanal pode usar no cabelo sim, tem que testar se o seu cabelo se adapta. Os com base glicerinada, é outro método, pesam um pouco no cabelo. Aquele sabonete que se adapta ao seu cabelo é o ideal.

A Fefa falou que o shampoo em barra não saponificado é mais suave para essa transição. Começar por essa opção pode ser melhor!

E com crianças?

Os shampoos naturais podem arder os olhos, então é preciso tomar um pouco mais de cuidado. Até por conta dos óleos essenciais. É preciso verificar a idade e checar se pode. Óleo essencial da lavanda pode tranquilamente a partir do 1 ano. Crianças pequenas é melhor evitar mesmo.

Receitas para ajudar na transição:

Ingredientes:
250ml (1 xícara) de agua ou chá de alecrim ou de tomilho que são maravilhosos pro cabelo
15 ml de vinagre de maçã (1 colher de sopa) o vinagre de maça é mais suave. Tem que ser ele!
1 colher de sopa de melado de cana ou mel

**Vinagre ajuda no fechamento das cutículas ao longo do uso

Como fazer:

Passar 1 vez por semana ou 2 no máximo, esfregar ao longo dos cabelos antes de ir para o shampoo natural.

Outra dica ótima para quando sentir que o cabelo está ressecado, ruim:  passar chá no cabelo – de alecrim e tomilho – faz o chá bem forte com as ervas. Espera esfriar, temperatura ambiente, e depois aplica nos cabelos massageando.

Hidratação: passe óleo antes de dormir, sem besuntar, na metade para baixo do cabelo – o importante não é o excesso na aplicação, é a continuidade no uso. Você vai sentir o efeito com a continuidade – faça 1 vez por semana.

Por fim <3

Vale a pena fazer essa transição. Nós três tivemos dificuldade no começo, porque foi uma vida toda usando muitas químicas pesadas e nocivas. O nosso cabelo ficou bem ensebado, mas depois realmente passa. É preciso ter persistência nesse período, porque a vaidade quase nos faz desistir.

A sensação de não depender mais das grandes indústrias é muito boa, assim como a de saber exatamente o que está passando no corpo e a de conhecer a si mesmo e o cabelo como é de verdade.

Aqui nós damos outra receitinha para livrar os cabelos de químicas que também pode ajudar na transição. Boa transição!

(Abaixo damos mais dicas).

 

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