Esse documentário narrado por Morgan Freeman aborda temas que discutimos muito por aqui. O pano de fundo é o câncer e tudo que envolve essa doença, mas também é sobre a importância de consumir mais alimentos naturais e orgânicos, a necessidade de entender os rótulos – e evitar ingredientes tóxicos para o organismo e a importância de mantermos hábitos saudáveis. Essa é a base de uma vida equilibrada que pode evitar doenças como o câncer.

Aliás, as chances de uma pessoa comum ter câncer é de 50%.

A obra foi feita por Meghan L. O’Hara, uma premiada produtora americana que venceu câncer de mama em estágio 3, o mais agressivo. Ao investigar formas de tratamento, ela descobriu o doutor David S-Schreiber, um médico phd que dedicou a vida a apontar um estilo de vida como prevenção ao câncer. Ele lutou por anos contra um câncer violento no cérebro e faleceu em 2011.

O Documentário salienta que, ao tratar câncer, os médicos fazem de tudo para matar as células cancerígenas e nada para ajudar o corpo dos pacientes a resistir a essas células. Nas palavra dele:

“Existe uma ignorância e acho que isso se aplica à maioria dos médicos. Recebemos formação para operar e receitar medicamentos. Então, quando começamos a atender, recebemos reembolso por cirurgia e medicação. E como não se ganha bem com o que não for cirurgia ou medicação, achamos que não é medicina.”

A receita (ou método) anticâncer, que ele encontrou na própria literatura médica, se baseia nos 4 pilares abaixo. Lembrando que, segundo o doc,  70% dos casos de câncer que existem poderiam ser evitados.

  1. Ter uma boa nutrição

  2. Praticar exercícios físicos

  3. Gerenciar o estresse (com meditação e outras práticas)

  4. Evitar toxinas

E por quê não há painéis luminosos anunciando esses pilares aos quatro cantos do mundo? Pesquisas médicas, empresas, publicações? Porque não é do interesse de nenhuma indústria que mudemos nosso estilo de vida e paremos de consumir salgadinhos ou remédios.

A indústria farmacêutica financia basicamente estudos que levem à uma nova droga, não à mudança de hábitos e alimentação saudável. É um negócio como outro qualquer.

O documentário faz comparações globais para apontar como o estilo de vida está ligado ao câncer. A população japonesa, por exemplo, nos anos 1980 começou a se ocidentalizar. Em 2005 a taxa de câncer colorretal deles era a maior do mundo, quando 25 anos antes era quase inexistente.

Outra parte marcante é quando mostram o case da indústria do cigarro, que após precisar se assumir como um risco à saúde e perder consumidores, comprou uma fatia da indústria de alimentos. A RJ Reynolds comprou a Nabisco Foods, Philip Morris comprou a Kraft Foods e ambos mantiveram a mesma receita: alimentos ultraprocessados, cheios de químicas ruins e aditivos para nos viciar e lucrar em cima da nossa saúde.

Alguns exemplos de ingredientes que a indústria alimentícia usa (em salgadinhos, biscoitos, cereais), mas que fazem mal ao nosso organismo:

BHA, Potassium bromate, Erythrosine, Titanium Dioxide, Aspartame, Sodium Benzoate, Canthaxathin, Tartazine, Sodium Nitrate, Methylcyclopropene

A obra também trafega pelo confinamento industrial, onde ficam as vacas. Não há verde! Elas se alimentam de milho e soja. A grama, que deveria ser a alimentação desses bichos, é cheia de ácidos graxos ômega 3, que reduzem o crescimento celular e a inflamação. Já milho e soja são repletos de ácidos graxos ômega 6 – que fazem justamente o oposto. Nós tomamos o leite da vaca e comemos todos os laticínios: nosso corpo inflama!

Qual o papel das plantas e dos orgânicos nessa luta?

Cerca de 50% dos remédios usados para tratar a doença foram isolados de plantas. Como as plantas, que não tem braços para lutar ou pernas para correr, se protegem de bactérias, vírus e insetos? Elas se protegem produzindo milhares de substâncias que são tóxicas ou matam as bactérias que tentam comê-las. Muitas dessas substâncias têm propriedades anticâncer. Alguns exemplos citados:

Brócolis, repolho, couve-flor, couve-de-bruxelas, alho e cebola, mirtilo, morango, framboesa. Alguns temperos como gengibre e cúrcuma. 

Nas palavras de David S-Schreiber:

“Os tratamentos costumam ser piores do que a doença, mas não dá para patentear brócolis, peixe, corrida, contatar amigos para reduzir o stress, não podemos patentear isso embora dados científicos mostrem ser extremamente importantes para reduzir as chances de se ter câncer, melhorar a qualidade de vida e reduzir a mortalidade.”

O doc também passa pela indústria de cosméticos e aponta a quantidade de ingredientes tóxicos nocivos estamos colocando na pele sem saber. Fragrância, por exemplo, presente em tantas substâncias, é basicamente feita de ingredientes cancerígenos.

A lição que ficou comigo depois de assistir, além dos pilares apontados pelo médico, é que não podemos confiar cegamente nas indústrias e nos produtos que nos oferecem. É preciso se informar, questionar e estar sempre atento.

Nós somos muito a favor de fazer nossos próprios cosméticos, damos receitas aqui e aqui. Somos a favor dos orgânicos, como apontamos aqui e aqui e também apoiamos hábitos saudáveis como meditação e ensinamentos da Ayurveda.

É  por meio de microrrevoluções como essas que acreditamos ser possível construir um mundo melhor.

Qual testamos?

Documentário – The C Word (Netflix)

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